Seppun Shingi

Nascido em um berço dourado, o samurai hoje em dia conhecido como Seppun Shingi viveu os amargores de uma vida orfã. Criado rigorosamente pelos remanescentes distantes de sua família, o jovem Shugenja nunca recebeu o carinho de seus pais e irmãos de sangue. Toda a sua linhagem fora morta por aqueles que contrariaram o nome de Hantei. Primeiramente durante o Golpe do Clã do Escorpião, e mais tarde pelas armadas do aclamado Imperador Toturi I, contra os leais excércitos de Hantei XVI, que retornara do mundo dos espíritos, visando vingança e reestruturação da linhagem dos céus.

Constantemente abalado pelas visões que lhe foram incubidas pelos Kami, Shingi tornou-se uma fonte de sabedoria para a família Seppun. Em contra-partida, estas profecias obrigaram-lhe a permanecer recluso durante grande parte do seu treinamento. Suas palavras retratavam a decadência, e o futuro destino das linhagens imperiais, como também de sua honrada família. Visões de morte e caos, levadas ao próprio portão dos céus, recitando a ira dos espíritos celestiais, indignados pelas ações dos homens, e a promessa do punimento aos blasfemadores.

Estas palavras foram mantidas em silêncio pelos pupilos da antiga Guarda Escondida, uma pequena facção dentro da própria família Seppun, que ainda ressentia a dor do assassinato de seus mestres. Muitos entre eles ficaram divididos, pois ainda duvidavam do verdadeiro caminho a ser seguido para servir ao Imperador e Império. As falhas e a perda de dois Imperadores, e por final o juramento de lealdade perante um novo nome, aquele de Toturi I, trouxeram não somente dúvida, mas também decepção para a família Seppun.

Shingi, ainda pequeno, foi levado diretamente ao Crisântemo de Ferro, Hantei XVI, logo que souberam da vinda do antigo Imperador e de sua vontade de clamar novamente o domínio da linhagem dos céus sobre Rokugan. O pequeno Shugenja profetizou a permanência da linhagem Hantei, e também o retorno implacável dos dois irmãos que haviam caído em esquecimento. Foram diversas as interpretações das palavras do pequeno medium, porém a Guerra dos Espíritos tomou ainda mais força, visto que Hantei XVI não mais temia perdê-la. Lembrava ele a seus fiéis servidores, que um Hantei só poderia cair quando o último Akodo também não mais existisse. Acreditava ter sua linhagem em ascenção, e as notícias das palavras do pequeno garoto só lhe traziam mais confiança. Porém, o sofrimento da família Seppun estava fadado a perdurar. Um espírito não poderia pagar pelos pecados dos mortais.

Sua última visão ocorreu no dia da morte de Toturi I. Nenhuma leitura foi capaz de ser interpretada pelos clérigos da família Seppun. Este fato resultou em muito mais dúvidas do que respostas, portanto, a Guarda Escondida, em vias de ser reestruturada por Toturi Kaede, resolveu negligenciar o ocorrido. Após esta data, Seppun Shingi nunca mais relatou qualquer visão. Talvez pois as Fortunas e os Kami haviam inibido e punido o Shugenja pelo acontecido. Talvez pois ele estava demasiadamente abalado e isto fez com que ele perdesse o contato com as entidades que lhe concediam as profecias. Apesar de todos os comentários e afirmações, somente Shingi pode responder a verdade.