Death of Honor
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Véu de Honra parte 1 - Fiction

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Véu de Honra  parte 1 - Fiction Empty Véu de Honra parte 1 - Fiction

Post  Renato Wed Aug 06, 2008 5:36 pm

Véu de Honra
Por Nancy Sauer

Edição e Desenvolvimento por Fred Wan

Traduzido por Thiago Hayashi Kyuden Ikoma

Está se provando um inverno bem desagradável, Daidoji Kikaze refletiu consigo. Ter sido enviado a Kyuden Ikoma já era ruim o bastante. Chegar a encontrar-se com Yasuki Jinn-Kuen, que se apresentava como o daimyo Caranguejo dos Yasuki e que claramente sentida que era seu dever causar quantos problemas fossem possíveis a Kikaze, era pior. Pior ainda, muitos poucos dos problemas realmente se materializaram, pois a mulher que se sentava diante dele agora havia investido consideráveis recursos para manter Jinn-Kuen em xeque. Ele quase preferia ter sido deixado à mercê do Caranguejo...



“Chá, Kikaze-san?” Ofereceu Ikoma Yasuki
"Sim, obrigado,” ele disse automaticamente. Escorpião, ele pensou consigo. Ou Leão. Em nenhum dos casos ele a tratou como inimiga, e em ambos ele vivia sob sua proteção. Ele aceitou o copo que ela o entregou e inspirou a fragrância familiar que vinha dele. Sorriso da Primavera era um chá das províncias da Fênix, de arbustos plantados em pés de cereja e colhidos à altura da estação de broto. Ele foi servido a ele por várias vezes nas últimas semanas por vários cortesãos, que lhe diziam que as notícias de Sakura no Yuki Mura deveriam ser filtradas.

“Fico feliz que foi capaz de aceitar nosso convite à Corte de Inverno,” disse Yasuko. Seu sorriso tão cálido e natural. “Kyuden Ikoma nunca teve a honra de hospedar um daimyo Daidoji.”


“Eu é que estou honrado,” Kikaze respondeu automaticamente. “Tanto em servir minha Campeã aqui, quanto pela grande hospitalidade que têm me mostrado.”


Yasuko riu levemente. “Você não precisa ser tão formal aqui, Kikaze-san,” ela disse.


O Daidoji sorveu seu chá, atrasando um momento para um pensamento extra. “Considere isso uma demonstração de meu respeito por você, e apreciação de seus problemas ao meu benefício.”


“Sou aquecida pelo pensamento de seu respeito,” disse Yasuko. “Mas não tomei problemas para falar deles.” Ela pausou para abanar com as mangas de seus sobre-mantos, camadas de amarelo sobre verde evocavam a rosa keirra. Kikaze a olhou em silêncio por um momento. Ele havia trazido este conjunto de roupas, e vários outros, como presentes quando chegou.


“Yasuko-san, não sou um cortesão mas posso reconhecer um homem perigoso quando vejo um.” Ou mulher, ele adicionou silenciosamente para si. “Yasuki Jinn-Kuen é perigoso e deixou suas intenções quanto a mim bem claras.”


“Ah. Jinn-Kuen.” Yasuko abanou uma mão languidamente, como se estapeasse o nome ao ar. “Ele seria mais perigoso a você se não fosse por seu Campeão.”


“Não entendo.”


“Hida Kuon nunca teve oportunidade de mostrar seu respeito para com cortesãos e as cortes do Império. Se ele não pode ser incomodado com atender os fóruns onde os clãs resolvem suas disputas de uma maneira civilizada, então ele não pode esperar nossa intervenção em seu conflito com a Garça.” Yasuko parou e o presenteou com um sorriso conspirador. “Jinn-Kuen sofre este problema, quando procura por aliados para mover contra você.”


Kikaze pensou novamente. “E ainda assim, ele tem aliados.”


“Poucos,” concedeu Yasuko, “e muitos deles no Mantis. É esperado: eles seguem o koku, e há lucros a serem feitos comercializando com o Caranguejo quando outros não o fazem. Então, também, eles parecem afeitos para desafiarem a posse da Garça nos mercados. Mas não preciso explicar tais coisas ao senhor dos Daidoji.”


“Não. O Mantis é um de nossos maiores parceiros em comércio — e tem o potencial de ser nosso maior rival.” Depois do Leão e do Escorpião, ele emendou silenciosamente.


“Estou certa de que a força e honra da Garça será suficiente a este desafio,” disse Yasuko. “E você pode estar certo de que o Leão agirá como dita a honra neste conflito.”


* * * * *


Matsu Aoiko cuidadosamente olhou para o mapa, garantindo que os marcadores espalhados por ele conferiam com os itens em sua lista. Ela dificilmente podia conter o entusiasmo. Quando ela e seu marido foram enviados para cá, ela esta esteve buscando um calmo inverno de preparação para as batalhas seguintes contra o Unicórnio. Essas batalhas seriam gloriosas, mas teriam que ir sem ela. Agora ela estava envolvida numa campanha maior.


“Um inverno de cura, uma primavera de combate,” Ikoma Otemi disse enquanto se aproximava por trás dela. Ela coçou a cicatriz em sua garganta gentilmente enquanto observava o mapa.


“Muito parecida com qualquer outra primavera,” disse Aoiko. “Salvo para os padrões.”


“Otemi-sama, isto é sábio?” Ikoma Akiyama perguntou. O poeta se aproximou da mesa pelo outro lado e abriu os braços sobre o mapa em cima dela.


“Pergunte ao Caranguejo se é sábio ir à guerra sem recursos para ela,” respondeu Otemi.


“Akiyama curvou sua cabeça em reconhecimento à razão. “Mas ainda pode-se pedir por eles se necessários. Otomo Hoketuhime está ganhando mais e mais apoio nas cortes, e não creio que ela seria uma má Imperatriz — Ela é uma mulher honrada com um grande respeito pelas tradições de nossos ancestrais.”


“Quantos exércitos ela comanda?” Aoiko perguntou.


“Não vejo como a pergunta importa,” disse Akiyama.


“É a única que importa,” disse Otemi. “Mesmo a Fênix admitiu isso, quando forçaram a paz deles a nós em nossa batalha com o Unicórnio. Toshi Ranbo e o Trono, irão a aqueles com força para dominá-los.” Ele estapeou o mapa diante dele. “Depois de lidarmos com Chagatai nos direcionaremos a adquirir a força necessária para ganharmos o Trono.”


“E devo avisar nossos aliados, a Garça?” Disse Akiyama. “Eles certamente estão infelizes quanto a nossas ações.”


Otemi deu a ele um olhar de resvalo. “Diga-lhes que tem certeza que os honrados prosperarão sob nosso reino.”


* * * * *

Kyuden Bayushi
O inverno nas terras do Escorpião era muito mais ameno que nas províncias nevadas da Fênix. Isawa Emori sabia disso antes de vir para Kyuden Bayushi, mas ele não havia apreciado quanta diferença isso fazia. De onde se sentava em uma das várias salas de recepção, ele podia olhar para um dos jardins e ver os brotos inchados das árvores, ouvir o excitado murmúrio dos kamis da terra. Em sua casa, eles estariam dormindo profundamente sob uma camada de neve; aqui, eles esperavam impacientemente para que os primeiros ventos do sul libertasse a primavera.


“Mestre Emori? Você está bem?”


Emori recuou levemente. “Estou bem,” ele disse, sentido-se embaraçado de algum modo. “Por favor, perdoe-me — estava distraído pelo seu jardim. A canção dos kamis da terra é muito clara aqui.”


Bayushi Paneki sorriu sob sua máscara. “Nenhuma desculpa é necessária — é natural para um sacerdote de sua sensibilidade estar ciente de tais coisas. De fato, sem o conhecimento de seu clã à cerca dos caminhos dos kamis, meu clã ainda estaria sofrendo para curar nossos campos. Não podemos lhe agradecer por diminuir a seriedade de nossa fome. Ou por sua discrição em conceder tal ajuda.”


“Ficamos felizes em ajudar,” disse Emori. “Se o conhecimento nunca é usado, então perde-se o esforço feito para adquiri-lo.”


“Você fala uma grande verdade,” disse Paneki. “Esperaria tamanha sabedoria de seu clã, após os recentes eventos em Toshi Ranbo.”


“Você é muito gentil,” disse Emori, imaginando a que Paneki estava se referindo. O Conselho Elemental concordava plenamente que não podiam pedir ao avatar do Dragão do Fogo para permanecer indefinidamente na cidade, mas, de algum modo, ele sentia que não era o que Paneki se referia.


“De fato, não,” disse Paneki. “Foi uma jogada de mestre, manobrar o Leão a reforçara paz na capital. Ao custo da honra de apenas um homem, vocês os impossibilitaram de causar problemas em Toshi Ranbo, e os colocam contra qualquer outro clã que deseje tentar. Simplesmente brilhante.”


“Shiba Naoya sempre serviu ao Conselho ao máximo de sua habilidade,” disse Emori, mantendo uma expressão cuidadosamente neutra em sua face.


“Qualquer senhor regozijaria em ser servido por tal homem,” disse Paneki. “E fico feliz que o Conselho esteja mostrando tamanha astúcia em sua administração da capital. Apesar de não desejar ofender quando digo que espero que os Céus abençoem Rokugan com um Imperador em breve.”


“Não completamente. Eu, e todos os Mestres, esperamos por tal coisa também.”


“Há várias pessoas que se adiantam em tal coisa, mas eu apoiarei Otomo Hoketuhime.”


Por um momento, Emori deixou a surpresa que sentia se mostrar. “Lady Otomo? Ela é a candidata adiantada pela Garça, não é?”


“Exatamente,” disse Paneki. “O Clã Garça tem sido uma potência das Cortes Imperiais desde o começo do Império, e suas perícias nas políticas não podem ser questionadas. Não posso pensar numa recomendação melhor para Imperador — ou Imperatriz — que a aprovação deles.”


“Você tem um ponto definido, Paneki-sama,” disse Emori. “Passarei esta observação entre meu clã, para consideração deles.”


“Obrigado,” disse Paneki. “Isso me agradaria imensamente.”
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Post  Renato Wed Aug 06, 2008 5:36 pm

Em uma das mais remotas alas do Kyuden Bayushi, onde nenhum visitante jamais entrou, duas mulheres caminhavam no corredor. A mais velha caminhava com um arrasto notável. A mais nova tinha um passo agitado que não era afetado pelo volume de papéis que carregava.


“O nome de Yogo Honami foi falado com destaque pelo meu sensei,” disse Bayushi Kurumi. “Não acredito que estou indo me encontrar com ela.”


Shosuro Mizuno sorriu indulgentemente. Ela podia se lembrar claramente de seu primeiro encontro com Honami, e o terror que este encontro inspirava nela na época. “Seja polida. Ela é uma velha mulher com pouca paciência, e tem os ouvidos de Paneki-sama.”


“Sim, Mizuno-sama,” disse Kurumi.


Conversas posteriores foram interrompidas por sua chegada. Um servo as recebeu e as apressou à sala de visitas da dama. Honami era uma baixa velha grisalha, com olhos castanhos e pernas que sumiam poucos centímetros onde seus joelhos deveriam estar. Ambas as visitantes faziam seus melhores para ignorar este fato.


Mizuno curvou-se profundamente à sua anfitriã. “Yogo-sama,” ela disse, “Sou Shosuro Mizuno, e esta jovem mulher é minha assistente, Bayushi Kurumi.”


Honami passou um longo tempo estudando a jovem mulher. “Aparentemente nossa escassez está bem pior do que fui levada a acreditar,” ela disse.


“Como, Yogo-sama?” Perguntou Mizuno.


“Mesmo os bichos da seda devem estar passando fome, se não podemos mais produzir tecido o bastante para roupas decentes.”


Houve um momento de silêncio, e então Kurumi derrubou a pilha que estava carregando e se ajoelhou perante a velha mulher. “Por favor, perdoe minha falta de bom senso, Yogo-sama,” ela disse humildemente. “Tentarei aplicar mais sensatez no futuro.”


Honami desdenhou e se virou. “Não vamos nos atrasar mais. Não vou ficar mais velha, mas vocês duas vão. Paneki quer conselhos sobre algo com o Dragão?”


“Sim,” disse Mizuno. “Eles estão planejando enviar um embaixador aos gaijins de Medinaat al’Salaam, e precisamos determinar se existem Dragões cuja carreira desejamos recomendá-los ao posto.”


“Entendo,” disse Honami. Ela se abaixou próxima à pequena mesa e acenou para que suas visitantes se sentassem também. “Você tem uma lista de possíveis candidatos?”


“Sim, Yogo-sama.” Kurumi rapidamente abriu a pilha e espalhou os papéis pela mesa.


Honami pegou uma das fichas a esmo. “Kitsuki Ryushi,” ela leu alto, lendo a página. “Um bom homem, mas sem óbvias ameaças.” Ela largou a página à esquerda da mesa, e então pegou outra. “Kouri... Este poderia ser problemático. Talvez ele poderia ser usado como um embaixador.” Ela baixou a página à direita da mesa. “Alguma de vocês tem alguma opinião?”


“Yogo-sama, este Togashi Kisu parece ser incomumente perceptivo,” disse Kurumi.


Honami rolou seus olhos. “Quando começarmos a usar koans para matar pessoas, um Togashi pode ser uma ameaça.” Ela pegou outra folha com seu nome e a deixou na esquerda.


“A garota, Taiko, parece estar fazendo um nome para si,” disse Mizuno.


“Hmm,” disse Honami. Ela pegou a folha e leu. “Ela parece um pouco jovem para uma embaixatriz, mas seria bom recomendá-la para a equipe do embaixador — se tivermos sorte, ela comerá algo que a desagrade.” Ela pôs a ficha à direita. “Espero que ela encontre algum uso para aquele Kakita antes de jogá-lo fora. Não é todo dia que as Fortunas jogam um homem como aquele no seu colo.” A face de Mizuno continuou uma máscara plácida; os olhos de Kurumi se abriram levemente. Honami ignorou as duas e pegou outra folha. “Mirumoto Agito... Por favor, um Dragão que lembra que o resto do Império existe. Que utópico.” Ela posa ficha à direita.


“Utópico, mas não único,” disse Mizuno. “Kitsuki Iweko também tem estado ativa, a ponto de alguns dos seus sugerirem-na como uma possível Imperatriz.”


“Uma Kitsuki no Trono? Simplesmente inaceitável.” A velha pegou a ficha relevante e a colocou à direita. “Este aqui receberá a mais alta recomendação.”


“Será feito, Yogo-sama,” disse Mizuno.


Honami leu o restante rapidamente, organizando-as em duas pilhas. Quando ela acabou ela as entregou a Kurumi. “Minhas recomendações,” ela disse. “Paneki tem algo mais para mim?”


“Não,” disse Mizuno. “Há algo que quer que cuidemos?”


“Não hoje,” disse Honami. “Mas as duas podem voltar alguma hora para o chá. Não tenho muito mais, e exceto pelo meu jogo semanal de go, não tenho muita companhia.”


“Claro,” disse Mizuno. Ela e Kurumi fizeram suas despedidas e saíram.


Fora dos corredores, Kurumi deu à sua companheira um olhar intrigado. “Mizuno-sama, quem ela indicou para ir?”

“Ninguém sabe,” disse a Shosuro, e foi embora.
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